Relatoria Aulas 1 e 2
Ana Claudia Fernandes Gomes
Ana Claudia Fernandes Gomes
A disciplina “Novas lógicas e literacias
emergentes no contexto da educação em rede: práticas, leituras e reflexões”,
ministrada pela professora Brasilina Passarelli desde 2004, foi reapresentada
em 2019 em um contexto de distopia, no qual o futuro já é presente e os
conceitos do passado são reformulados.
Em 13 de agosto de 2019, a nova turma de
pós-graduação foi composta por Ana Claudia Fernandes Gomes, doutoranda em
Ciências da Comunicação; Barbara Endo, aluna especial e mestre em Comunicação
Social e Elaine Silva Rocha, doutoranda em Educação. Com diferentes formações e experiências
profissionais em educação, todas demonstraram interesse pela temática da
cultura digital, que foi apresentada por Passarelli como construção cultural
que configura modelos sociais e não reduz a tecnologia a uma mera ferramenta.
Novas lógicas e literacias são recriadas constantemente e categorias como
“pós-humanismo” e “transumanismo” foram cunhadas em busca da compreensão das
transformações sociais. Mediação, conectividade contínua, “prosumidor” (usuário
consumidor e produtor), redes sociais, plataformas digitais, inteligência
artificial são alguns dos conceitos que serão discutidos em textos e reflexões
durante as aulas, a partir das principais referências, que serão as obras da
Escola de Frankfurt, de Marshall McLuhan, de Bruno Latour, de Luciano Floridi,
de Jaron Lanier, de Nick Bostrom e de Luc Ferry. O blog da disciplina foi
criado e apresentado por Karen Gimenez e será o ambiente de interação e
registro das relatorias, resenhas e textos colaborativos arquitetados pela
turma.
Em 20 de agosto de 2019, foi apresentado
o documentário “A história da informação” produzido pela BBC em 2012. No início
da narrativa, as palavras são definidas como “cápsulas de suporte de vida para
a informação” e a escrita é considerada a tecnologia da informação primordial,
que perdurou absoluta durante 4000 anos. Durante o século XIX, com a Revolução
Industrial, invenções e descobertas revolucionariam a história das tecnologias
da informação. Os produtores apresentaram o tear de Joseph Marie Jacquard (1804)
como o primeiro sistema de codificação, criado em cartões perfurados que traduziram
a informação em símbolos, para dinamizar a produção do design de tecidos. A
informação transmitida por eletricidade foi apresentada a partir dos trabalhos
de Samuel Soomering (1809), no qual a corrente elétrica produz bolhas na água
de acordo com a letra informada e de Samuel Morse e Alfred Vale (1840), no qual
a informação pode residir na eletricidade e criar um código universal. Os
experimentos de James Clerk Maxwell (1831-1879), que utilizam a informação como
criadora de ordem, assim como o trabalho de Alan Turing (1936), que criou a
máquina de computação, foram apresentados como fundamentais para a criação do
computador com “pensar técnico não complexo”, que substituiu os computadores
humanos, trabalhadores que calculavam números computáveis. Claude Shannon foi
apresentado como o criador da linguagem binária (1948), que define o bit como o “átomo fundamental, a menor
unidade de informação”. O documentário é concluído com a ênfase que a
“informação está contida em algo”, como caderno, pedra, CD, sistemas físicos,
meios que lhe dão características específicas e conhecer a história sobre como
a escrita, códigos e computadores revolucionaram as tecnologias da informação
permite o entendimento do universo recriado constantemente. Durante o debate
após o documentário, McLuhan foi citado ao afirmar que “o meio é a mensagem”, o
que pode ajudar ou limitar o processo comunicacional. A informática educacional
e o POIE (professor orientador de informática educacional) foram citados como
inovadores do processo de educação mediado pelas tecnologias, o que foi
problematizado por Passarelli, que mencionou uma pesquisa internacional
realizada com 890 professores, que apresentam como perspectivas para o “futuro”
da educação: a gamificação do processo educacional, os professores como
mediadores, o ensino à distância e a educação doméstica como opções seguras em
relação à violência da vida urbana, assim como, a escola como uma instituição
que perderá a sua dimensão física. Processos culturais já configurados no
presente ou no “contemporâneo conectado”, segundo Passarelli.
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