Eclipse da razão – Max Horkheirmer
Horkheimer, M., & Leite, S. U.
(2007). Eclipse da razão. Centauro.
Já no
final da Segunda Guerra Mundial, o filósofo alemão Max Horkheimer, membro da
conhecida Escola de Frankfurt, escreve a icônica obra “Eclipse da Razão”. Horkheimer propõe em seus estudos a reflexão
sobre os efeitos dos avanços tecnológicos e qual o preço que a sociedade deve
pagar para que a ciência seja
protagonista social das eras.
A
discussão é feita permeando os conceitos de “razão subjetiva e “razão objetiva”.
A razão subjetiva é a que ele define como sendo “as coisas racionais são as que
mostram obviamente úteis, e que se presume que todo homem racional é capaz de decidir
o que é útil pra ele”, HORKHEIMER (2007).
Já a razão
objetiva é a que fez parte dos caminhos dos grandes filósofos, como Platão e Aristóteles. É pautada pela
ideia de que a razão é objetiva e é definida pela autopreservação de um
indivíduo ou sociedade. E quando visto desta forma, as atitudes são pautadas
sempre no que é difuso a um bem e ordem social. A crise da razão chega quando a
subjetividade deixa a objetividade totalmente de lado e os avanços tecnológicos
passam a ser a nova pauta social. E, portanto, a pauta racional.
A crise da
razão se manifesta na crise do indivíduo, por meio da qual se desenvolveu. A
ilusão acalentada da filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão –
a ilusão da sua eternidade- está se dissipando. O indivíduo outrora concebia a
razão como um instrumento do eu, exclusivamente. Hoje, ele experimenta o
reverso dessa autodeificação. A máquina expeliu o maquinista; está correndo
cegamente no espaço. (HORKHEIMER, 2007, p. 133).
Para o autor o fenômeno que ele
chama de declínio do indivíduo começou quando o próprio deixou que os avanços
tecnológicos tomassem seu lugar como o protagonista da razão. Quando a ciência
se sobressai a filosofia. Ele fala da história da formação do indivíduo e
identidade. De como a formação do indivíduo que ele categoriza parte da elite
fez a sociedade caminhar a passos largos apenas para sujeitos preocupados em
posse de coisas. A individualidade desse sujeito de elite, para Horkheimer,
seria uma das explicações para a nossa sede de avanços de coisas, tecnológicos.
E, a cada dia, menos social. “Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo
como poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os
traços individuais genuínos, e mais a sua mente se transformará num autômato da
razão formalizada”, HORKHEIMER (2007).
Quando o indivíduo deixa os frutos
palpáveis de avanços tecnológicos tomarem as rédeas de sua individualidade, ele
deixa a razão na mão das coisas e ela deixa de ser humanizada. Dessa forma a crítica é instalada, como uma razão formalizada pode se adequar ao bem de uma sociedade?
Por Bruna
Lavrini, aluna especial de mestrado, 24 de agosto de 2018.
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