21/08/18 - Aula 3 - Resenha - Eclipse da razão


Eclipse da razão – Max Horkheirmer

Horkheimer, M., & Leite, S. U. (2007). Eclipse da razão. Centauro.

Já no final da Segunda Guerra Mundial, o filósofo alemão Max Horkheimer, membro da conhecida Escola de Frankfurt, escreve a icônica obra “Eclipse da Razão”.  Horkheimer propõe em seus estudos a reflexão sobre os efeitos dos avanços tecnológicos e qual o preço que a sociedade deve pagar para que a ciência seja  protagonista social das eras.
A discussão é feita permeando os conceitos de “razão subjetiva e “razão objetiva”. A razão subjetiva é a que ele define como sendo “as coisas racionais são as que mostram obviamente úteis, e que se presume que todo homem racional é capaz de decidir o que é útil pra ele”, HORKHEIMER (2007).
Já a razão objetiva é a que fez parte dos caminhos dos grandes filósofos, como Platão e Aristóteles. É pautada pela ideia de que a razão é objetiva e é definida pela autopreservação de um indivíduo ou sociedade. E quando visto desta forma, as atitudes são pautadas sempre no que é difuso a um bem e ordem social. A crise da razão chega quando a subjetividade deixa a objetividade totalmente de lado e os avanços tecnológicos passam a ser a nova pauta social. E, portanto, a pauta racional.

A crise da razão se manifesta na crise do indivíduo, por meio da qual se desenvolveu. A ilusão acalentada da filosofia tradicional sobre o indivíduo e sobre a razão – a ilusão da sua eternidade- está se dissipando. O indivíduo outrora concebia a razão como um instrumento do eu, exclusivamente. Hoje, ele experimenta o reverso dessa autodeificação. A máquina expeliu o maquinista; está correndo cegamente no espaço. (HORKHEIMER, 2007, p. 133).

            Para o autor o fenômeno que ele chama de declínio do indivíduo começou quando o próprio deixou que os avanços tecnológicos tomassem seu lugar como o protagonista da razão. Quando a ciência se sobressai a filosofia. Ele fala da história da formação do indivíduo e identidade. De como a formação do indivíduo que ele categoriza parte da elite fez a sociedade caminhar a passos largos apenas para sujeitos preocupados em posse de coisas. A individualidade desse sujeito de elite, para Horkheimer, seria uma das explicações para a nossa sede de avanços de coisas, tecnológicos. E, a cada dia, menos social. “Quanto mais intensa é a preocupação do indivíduo como poder sobre as coisas, mais as coisas o dominarão, mais lhe faltarão os traços individuais genuínos, e mais a sua mente se transformará num autômato da razão formalizada”, HORKHEIMER (2007).
            Quando o indivíduo deixa os frutos palpáveis de avanços tecnológicos tomarem as rédeas de sua individualidade, ele deixa a razão na mão das coisas e ela deixa de ser humanizada. Dessa forma a crítica é instalada, como uma razão formalizada pode se adequar ao bem de uma sociedade?

Por Bruna Lavrini, aluna especial de mestrado, 24 de agosto de 2018.

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