Para entender a história da informação não basta olhar em linha reta para trás. A informação é um tema que atravessa tantas questões da vida cotidiana e do mundo histórico que não é possível entender a trajetória e os processos de evolução da informação sem um olhar diverso e multidisciplinar.
Comunicação, engenharia, história, economia: tudo se entrelaça e é através dessas relações que poderemos compreender os caminhos da informação ao longo dos anos. Os cartões perfurados de Jacquard foram inventados para acelerar a indústria têxtil e acabaram tornando-se base para os próximos grandes avanços na programação digital.
Os pensadores da escola de Frankfurt, foram fundadores de teorias da comunicação usando como base a tradição marxistas, assim conseguiam analisar os meios e mensagens levando em consideração as origens, funções e impactos econômicos.
McLuhan, por exemplo, quando afirma que as mensagens isoladamente afetam aos poucos envolvidos nela, mas que os meios têm impacto relevante na estrutura da vida social, está alertando justamente para a necessidade de analisar de forma complexa e contextualizada o caminho e evolução da informação.
A Teoria Matemática da Comunicação de Claude Shannon, ao juntar a lógica exata dos bits à transmissão de mensagens, impacta todo o sistema de engenharia da informação, as economias mercadológicas e sociais que se desenvolvem a partir de então e o cotidiano sensível das pessoas que passa a ser interpelado por uma nova forma de interação.
Entendendo a Era das Redes Móveis
Compreender as mudanças na era das redes sociais não é tarefa simples: os sistemas técnicos são cada vez mais sofisticados e complexos, a variedade é imensa, as mudanças, além de muitas, são rápidas. É possível que ao tentar destrinchar um aspecto da comunicação em rede dentro da sua complexidade, ao fim dessa investigação, o tema central já esteja obsoleto.
Por isso, para estudar a era das redes móveis é preciso: entender o sistema informação/meio/economia/interpessoalidade de forma integrada e dinâmica, olhar sempre a frente e entender o tempo histórico das velhas teorias. Marshall Mcluhann foi muito visionário ao notar que os meios seriam como extensão do corpo do indivíduo nas hora de se comunicar, as redes móveis e os smartphones se aplicam perfeitamente a esse conceito. No entanto, tentar enquadrar as redes na definição de Meio Quente e Meio Frio de McLuhann seria uma incoerência anacrônica.
Chegamos no futuro?
Imagem do filme Idiocracia, que mostra um futuro cheio de publicidade
e de indivíduos alienados viciados em pequenas diversões
e de indivíduos alienados viciados em pequenas diversões
Óculos de realidade virtual, vídeo chamada, inteligências artificiais… muita coisa que só se via em ficções científicas se concretizaram. No entanto, o mundo está longe de se parecer com aqueles futuros metálicos, azulados de visual minimalista e indíviduos ponderados.
Estaríamos na pré-história de um futuro digital? Histerías digitais podem sugerir que estamos em algo próximo a isso. A valorização dos gênios criadores, dos autores individuais, a idéia de mestre detentor de uma obra se torna cada vez menos palpável e dá lugar para a era da memética.
Meme é inclusive uma definição que surge a partir dos estudos Darwinistas de evolução das espécies. Memetizar é imitar o comportamento de um outro animal a fim de melhorar suas habilidades de sobrevivência. Memetizar, na internet, seria apropriar-se de uma imagem, copiá-la (dando um novo sentido ou contexto) e divulgá-la a fim de obter alguma vantagem/reconhecimento digital.
Algumas proposições
Jared Lanier faz algumas críticas e proposições no que diz respeito aos caminhos que podemos e devemos tomar na era das redes sociais. Ele acredita no potencial positivo das redes, mas também ressalta que é impossível pensar numa mediação desinteressada se a rede que está fazendo a ponte entre dois sujeitos tem um interesse sobre eles.
Para ele as próximas possíveis soluções seriam
1: converter as principais redes em domínios pagos a baixo custo e com conteúdo de mais qualidade (assim como a netflix). Para isso seria necessário convencer apenas 2 empresas a aderir ao plano: o facebook e o google
2: sair das redes enquanto não houver opção mais viável
Veja aqui o ted de Jaron:
Como um gênio resolve problemas?
Ainda que olhemos para a frente, temos muito a aprender com os que já fizeram escola, e principalmente com os mais inovadores deles.
Claude Shannon, não só revolucionou a história da informação, como também nos dá ótimas lições sobre como olhar para os problemas e pensar soluções de maneiras diferentes. O texto a seguir publicado na plataforma Medium mostra isso:
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