Who owns the future” – Jaron Lanier


Jaron Lanier é considerado o pai da realidade virtual e é um dos críticos mais conhecidos quando se trata do modo como às redes digitais têm dado novos contornos a sociedade contemporânea.

Na obra “Who owns the future” ele aponta alguns riscos da crescente digitalização e prevê como a tecnologia transformará a humanidade e seus aspectos econômicos nas próximas décadas. Abaixo, seguem alguns pontos abordados por ele no livro.

Privacidade
Para Lanier antes da internet, a ideia inicial de Big Data era de: “um termo onipresente usado para descrever as enormes quantidades de informações sendo coletadas de todas as maneiras possíveis sobre todos e sobre tudo para fazer com que os algoritmos que são chamados de “inteligência artificial” pareçam funcionar por conta própria. O fato de o Big Data ser necessário é uma prova de que esses algoritmos são, na verdade, apenas um reempacotamento do esforço humano de tal forma que ele é anonimizado e que as pessoas não são reconhecidas ou pagas. Tanto o Big Data quanto a Inteligência Artificial são construções econômicas e políticas que desvinculam a maioria das pessoas.”

No entanto, o vigilância nas redes está cada vez maior, prova disso é o caso de Edward Snowdem ex-funcionário da CIA que revelou a espionagem perpetrada pelos EUA fazendo com que muitas pessoas ao redor do mundo sentissem vigiadas e violadas.

Desigualdade
Para o autor a desigualdade está crescendo não apenas nos EUA, mas nos países ricos no mundo todo. Isso se dá pelo fato de o mercado de trabalho na América ter se esvaziado. Acrescenta ainda que os estágios não remunerados são comuns, e que os empregos de “entrada” podem durar agora a vida 





Produtividade mediada por softwares 
O software, segundo ele, poderia ser a última revolução industrial. Surgimento de carros e caminhões acionados por softwares ao invés de humanos, impressoras 3D produzindo produtos antes manufaturados, enfermeiros robotizados e etc. Em algum momento, pode ser que a tecnologia torne todas as necessidades da vida tão baratas que as pessoas sejam livres para viver bem, sem ter preocupações com coisas como: dinheiro, emprego ou planejamento para a velhice.



Lei de Moore
A lei de Moore é uma lei bastante conhecida no vale do Silício que afirma que: “os chips melhoram aceleradamente. Eles não apenas acumulam melhorias, como uma pilha de rochas fica mais alta quando você adiciona mais pedras. Em vez de serem adicionadas, as melhorias se multiplicam.”








Uma alternativa para a economia das redes digitais
O autor propõe uma alternativa que seria uma transação de mão dupla, ou seja, fazer com que os consumidores também recebam por sua participação e pela entrega de seus dados que são valiosos para as empresas e instituições. Desse modo, as pessoas se tornariam mais eficientes nas redes sociais expandindo a economia.



Uma utopia em comum
Segundo Jaron Lanier, em comum, tanto empresas como Facebook, Wikileaks e outras, consideram que no futuro não haverá mais segredos na rede nem barreiras de acesso. Todo o planeta será aberto e transparente, como uma bola de crystal.








Manipulação “confiável”

Segundo Lanier, em meio à datatificação é possível: “manipular os outros  de forma confiável, mesmo que nenhuma mão seja forçada”. Para ele os consumidores priorizam o flash e a preguiça ao empoderamento, e que concordamos em seremos espionados frequentemente.







A ilusão do gratuito
A maneira como as empresas encontram de comprar a liberdade aos usuários é quase sempre oferecendo vantagens que valham a pena aos olhos dos consumidores, como ofertas gratuitas, por exemplo. Para ele, a liberdade trata-se de um espaço que seja privado, onde as pessoas possam estar com seus próprios pensamentos e experiências por um tempo. Ao usar sensores como o GPS ou a câmera do smartphone, o usuário está constantemente enviando dados para um megacomputador. São formas sutis de manipulação, neste sentido, a perda da liberdade é gradual. As facilidades são pagas com os dados dos usuários.

Informação e autonomia
Para Lanier a informação não precisa ser pensada como uma coisa autônoma, mas sim, como um produto humano. “As pessoas ainda são necessárias e valiosas mesmo quando o tear pode funcionar sem força muscular humana. Ainda está correndo no pensamento humano.”

Comentários